'Não há parceria maior do que Israel e os cristãos', diz Benjamin Netanyahu
- 16/04/2025

Em uma longa entrevista a Paula White, consultora sênior do Gabinete de Fé da Casa Branca, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu falou sobre o papel de Israel nos eventos do fim dos tempos, a amizade entre EUA e Israel e a importância dos cristãos evangélicos na aliança entre as nações.
A entrevista, gravada durante sua visita a Washington, D.C., foi publicada esta semana no canal do YouTube da Christian Daystar Television Network.
White iniciou a entrevista destacando que "a visão cristã do fim dos dias prevê uma profunda transformação e redenção" e perguntou ao primeiro-ministro se ele enxergava indícios dessa perspectiva se manifestando nos acontecimentos atuais.
“A visão do retorno do povo disperso à Terra Santa, a reconstituição da soberania judaica em nossa terra ancestral... Isso é um milagre. Acho que é uma sequência de milagres por si só. Você pode explicar de várias maneiras, mas acredito que há algo que desafia, sabe, desafia as leis da história, porque, segundo as leis da história, se você desaparece, você desaparece”, disse Netanyahu.
Ele também destacou as ações do presidente dos EUA, Donald Trump, como o reconhecimento da soberania israelense sobre as Colinas de Golã, a transferência da embaixada para Jerusalém e a mediação dos Acordos de Abraão, classificando-as como eventos quase milagrosos na "missão histórica" do povo judeu.
“E eu sei que, nesse esforço, contamos com o apoio de nossos amigos cristãos ao redor do mundo. Sabe, nunca tivemos amigos melhores”, enfatizou Netanyahu.
Em outro momento da entrevista, o primeiro-ministro reiterou: “Não há parceria maior do que a do Estado de Israel com os cristãos ao redor do mundo.”
Laços Israel e EUA
Netanyahu também destacou que Trump, desde os primeiros dias de sua presidência, já vinha implementando medidas significativas para fortalecer ainda mais os laços entre os EUA e Israel.
Israel está lutando "contra nossos inimigos comuns, os inimigos da América", disse Netanyahu. "Eles chamam a América de o grande Satã. Eles nos chamam de o pequeno Satã."
Apesar disso, Netanyahu afirmou que o governo Biden impôs um embargo de armas a Israel. “Uma das primeiras ações do presidente Trump foi derrubar esse embargo, restabelecendo o envio de armas e munições para Israel, algo tão necessário.”
“A segunda coisa que ele fez foi remover as sanções impostas aos residentes judeus da Judeia e Samaria, o coração de nossa terra natal histórica”, continuou Netanyahu.
“A terceira foi emitir ordens contundentes contra o antissemitismo, que na verdade é antiamericanismo e anti-Israel, tanto nos campi americanos quanto em outros lugares.”
Por fim, Netanyahu afirmou que Trump "revogou algo que protegia o TPI, o chamado Tribunal Penal Internacional, que se tornou criminoso e está mirando soldados americanos e israelenses, eu e, potencialmente, qualquer líder americano."
O líder israelense também pediu aos cristãos que se envolvam mais profundamente com Israel, especialmente viajando ao país para “entender como a Bíblia está realmente se desenrolando em tempo real nesta parte da terra tão crucial para nossa civilização comum.”
Paula White-Cain entrevista Benjamin Netanyahu. (Captura de tela/YouTube/Daystar)
“Recentemente ouvi algo, e isso está se espalhando entre os amigos cristãos de Israel e da América: a acusação de que Israel está perseguindo cristãos em Israel. Meu Deus, como as pessoas podem acreditar nessas mentiras? O único lugar no Oriente Médio onde os cristãos estão totalmente seguros, não apenas para praticar sua fé, mas muito além disso, para prosperar e florescer, é em Israel”, enfatizou ele.
Apesar das notícias falsas e dos relatos sobre a diminuição do apoio cristão a Israel, Netanyahu apresentou uma perspectiva otimista, destacando não apenas as relações entre EUA e Israel, mas também o fortalecimento do Cristianismo e dos valores tradicionais nos EUA.
Citação da Bíblia
Ao citar o exemplo da geração mais jovem de Israel, que enfrentou heroicamente o desafio de lutar uma guerra, contrariando as expectativas de muitos, Netanyahu destacou que essas tendências podem ser revertidas.
“As pessoas aqui dizem que a próxima geração de cristãos está diminuindo seu apoio a Israel... Quem disse que isso precisa continuar? Acho que está acontecendo uma mudança agora”, afirmou o primeiro-ministro.
“As pessoas buscam conteúdo espiritual para suas vidas, e muitas estão retornando à religião. Quando o fazem, e quando procuram as fontes, as origens de nossa civilização, de nossas sociedades, elas voltarão às raízes.”
“E as raízes vieram daquela terra que você visita, aquele pedaço de terra na extremidade da Ásia, na borda do Mediterrâneo, onde tudo começou.”
Netanyahu acrescentou que, sempre que fala ao Congresso dos EUA, “eu fico naquele púlpito e olho para aquele salão... Bem na minha frente está a tábua que diz Moisés, o legislador, e que, na verdade, tem uma citação da Bíblia.”
“Os fundadores da América falaram sobre uma cidade sobre a colina. Essa cidade era Jerusalém. A América foi fundada como a nova Jerusalém, conectada à Jerusalém original. E essa é uma parceria que, acredito, não vai desaparecer. Acho que estamos em um ponto de virada, onde esse entusiasmo, de fato, está sendo revitalizado. E acredito que isso vai acontecer.”