A venda de íris e a marca da Besta

• 18/02/2025

Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do Senhor, nosso Deus (Salmos 20:7).

Nos últimos tempos, temos sido bombardeados por notícias sobre a "venda de íris", ou seja, o escaneamento da íris ocular em troca de criptomoedas (moedas digitais). A Tools for Humanity (TfH), empresa fundada por Sam Altman, o mesmo investidor da OpenAI (ChatGPT), é uma das protagonistas dessa tecnologia. Seu projeto, chamado World ID, visa criar um RG Global, supostamente para confirmar a humanidade do usuário e diferenciá-lo de robôs e inteligências artificiais (IA).

Welcome to the real human network. pic.twitter.com/Kq9d0NIdAv

A evolução dos métodos de autenticação humana é notável. Saímos das senhas tradicionais para biometria facial, digitais, arcaria dentária e, agora, escaneamento da íris. Todavia essa evolução também levanta questões sobre privacidade, controle e manipulação de dados, mesmo com medidas de segurança avançadas, nada é verdadeiramente inviolável.

Na era digital, a liberdade humana está sendo progressivamente confinada aos detentores dos sistemas. Câmeras de segurança, triangulação de geolocalização, IA preditiva... tudo está sendo utilizado para acompanhar, acuar e influenciar as pessoas. A tecnologia, quando usada para o bem, é uma ferramenta poderosa, mas nas mãos erradas, torna-se um instrumento de controle e manipulação.

O profeta Daniel já havia alertado sobre este tempo: ... muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará (Daniel 12:4). O crescimento do conhecimento trará consigo um desejo cada vez maior de poder e domínio sobre a humanidade.

O maior perigo dessa tecnologia é o caminho para a manifestação do anticristo. A Palavra de Deus nos adverte: Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora (1 João 2:18).

Os perigos da exposição biométrica

Violação da privacidade: Dados biométricos são sensíveis e sua coleta abre precedentes para usos antiéticos ou mal-intencionados.

Falta de transparência: A empresa não deixa claro como os dados serão utilizados, armazenados ou para quem serão vendidos.

Riscos de segurança: Biometria pode ser usada para monitoramento massivo, tornando indivíduos vulneráveis a fraudes e perseguições futuras.

Como Deus pode me proteger?

Todo cristão precisa de sabedoria e discernimento nestes tempos. Jesus nos alertou: Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas (Mateus 10:16).

Os lobos estão à solta. Os filhos das trevas estão manipulando e agindo com mais dissimulação do que antes. Porque o diabo é o pai da mentira, e tem usado de tudo para iludir e enganar as pessoas, a não se manterem em santidade, i.e., separados desse mundo carnal, materialista e pecaminoso. Não significa que temos que nos isolar, mas termos consciência intencional de que não somos desse mundo. Existe um governo nesse mundo que jaz do maligno, mas o governo de Deus, i.e., o reino de Deus, é para aqueles que intencionalmente, permanecerem em Jesus, o Cristo.

Não há relatos que confirmem ou neguem que a prática do uso da biometria de alguém seja antibíblica, mas a Bíblia nos orienta a ser sábios. É importantíssimo estar ciente dos riscos envolvidos na venda de dados biométricos e avaliar cuidadosamente os termos e condições antes de participar de projetos como o World ID.

Mesmo não tendo uma regulação global, independente disto, é necessário que o indivíduo pare de ser ingênuo, simples, e deixar-se conduzir para o engano. A Bíblia diz em Provérbios 14:15, O simples dá crédito a toda palavra, mas o prudente atenta para os seus passos. Provérbios 27:12, O prudente vê o mal e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena. Ou ainda em Provérbios 22:25, 27, Não sejas dos que, com um simples aperto de mão, se deixam ficar por fiadores de dívidas alheias.

Paz e segurança?

A Bíblia diz em 1 Tessalonicenses 5:3, Pois quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. E em Jeremias 6:14, Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz! Quando não há paz.

O mundo busca uma paz artificial, mas Deus nos alerta para vigiar e orar. Os dias são difíceis e maus, mas Jesus está conosco! Não estamos sós.

A identidade global e a digitalização de tudo podem parecer avanços, mas também são um ensaio para o que estará por vir. Assim como a pandemia do Covid-19 preparou o mundo para novos padrões de controle, novas "pandemias digitais" estão sendo arquitetadas para desestabilizar indivíduos, famílias, comunidades e governos.

Quando uma geração é dependente da inovação, ela desaprende parte de sua origem, correndo o risco de esquecer Deus e confiar na obra de suas próprias mãos. A inovação muda a história, mas ‘diminui’ os fundamentos da geração seguinte. Vigiai! Como disse o pregador, Charles Spurgeon, O diabo nunca oferece veneno puro, mas mistura-o com a verdade para enganar aqueles que não vigiam.

Até o escritor C.S. Lewis repetiu essas palavras: O maior truque do diabo foi convencer o mundo de que ele não existe.

Um conto sobre vigilância

Um rei convidou seus guardas e disse: Vigiai a minha porta. Não deixem que estranhos entrem. Os guardas permaneceram atentos e ninguém conseguiu invadir. Porém, um serviçal que já estava dentro do palácio corrompeu o coração do rei e roubou seu trono.

A verdade é: vigiamos o que entra pelos olhos e ouvidos, mas nos esquecemos de vigiar o que já está no coração. Jesus disse em Mateus 15:18 e 19, Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.

Portanto, que possamos vigiar e orar, para que não entremos em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mateus 26:41). Que Deus nos conceda discernimento nestes dias.

Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia (1 Coríntios 10:12).

Mais uma vez afirmo, o problema não é a inovação, as o ser humano que baixa as guardas e aceita tudo sem senso crítico ou filtro. O excesso de si, tornou o ser humano, orgulhoso e frágil para os sorrateiros ardis do diabo.

O escaneamento da íris não é o sinal da besta, mas um ensaio para o que está por vir. Vigie e ore para não cair em tentação. Tudo isso sendo um preparo para a manifestação do anticristo. Como diz em I João 2:18 e 19,  ... já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora.

Maranata ora, vem Senhor Jesus!

Fernando Moreira (@prfernandomor) é pastor na Igreja Batista do Povo em Americana - SP. Bacharel em Ciência da Computação e Teologia. Mestrado em Ciência da Computação. Doutorado em Teologia e MBA em Vendas, Marketing e Geração de Valor. É membro da Academia de Letras, Artes e Cultura do Brasil, associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), executivo de tecnologia, mentor de carreiras executivas, conselheiro administrativo, palestrante, conferencista e autor de vários livros.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: Alucinações da IA ou dissimulações do Anticristo?

FONTE: http://guiame.com.br/colunistas/fernando-moreira/venda-de-iris-e-marca-da-besta.html